quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Eu: Pronome indefinido

Moleca... Menina... Mulher
Confusa... Decidida... Feliz
Moleca feliz, menina decidida, mulher confusa...
Menina feliz, mulher decidida, moleca confusa...
Mulher feliz, moleca decidida, menina confusa...
Conhecidos somos pelo andar, falar e jeito de ser. Mas não se sabe conhecer o coração do outro, quando esse deixar oculto aquilo que têm a falar.
Inconstante, mutável... Ora graciosa encanta a todos com sua inabalável “felicidade” contagiante, noutras calada e distante transmite apenas o olhar vazio.
Fascinada pela lua em suas distintas fases, vez ou outra apresenta mais fases que a própria. Mais incomum do que gostaria, literalmente um pronome indefinido!
Confusa? Muito confusa!
Nem tanto nem tão pouco, na medida exata.
Se livre demais ganho asas, se presa não me tens; às vezes perdida no distinguir de certo ou errado, mas sempre decidida no que quer. Singela como o luar e dona de uma personalidade forte, transmite em seu olhar o que diz seu coração.
Eterna apaixonada pelo frio sente falta de um dia caloroso, encantada pela beleza do entardecer espera ansiosa à noite para contemplar a magnitude dos astros.
Sente-se segura num abraço aconchegante e lisonjeada quando rodeada de amigos, mas necessita do silêncio de um quarto vazio. Sabe valorizar as suas conquistas e conquista o que lhe é oferecido, sem maiores interesses. Repudia o cinismo e quase nunca atenta a maldade de quem a inveja.
Um simples alguém que não precisa de maiores exibições para fazer-se merecedora da atenção de quem a cerca; é meio recatada ao recatada ao agir em algumas situações, porém não teme engrossar a voz mostrando-se indiferente quando necessário.
Perdida entre a ingenuidade de uma criança e a maldade de um adulto entende-se por uma jovem sonhadora. Entende que o maior medo de um sonhador é ter consciência de que nem tudo aquilo que se quer poderá conseguir; mas acredita até o final que é possível, mesmo que em algum instante desacredite.
Do tipo que escreve poemas ao vento e recita sem que ninguém possa ouvi-la, vezes põem no papel noutras esquece-os. Conversa com a noite em lugares que nem mesmo um ruído se ouve, e segue numa direção tendo com orientação a luz da lua e os pensamentos. Produz histórias que falam não somente ao coração, mas também a alma e ao caráter de quem as saboreiam.

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